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Como recuperamos a economia pós-pandemia?

Escrito por: Teresa Xavier


Olá leitores! Hoje venho compartilhar com vocês um pouco sobre uma aula que pude acompanhar nesta semana através do “Potências Coletivas”, uma iniciativa idealizada pelo Greenpeace juntamente a Mídia NINJA. O projeto tem a finalidade de ampliar o debate de temas sociais, ambientais e econômicos, através de aulas com lideranças, professores e ativistas todas as quartas do mês de outubro.

A primeira aula teve como tema “Empreendedorismo Real, economia no pós-pandemia” com dois convidados especiais, o Joaquim de Melo e a Cristine Naum, que compartilharam suas experiências e conhecimento no assunto.

Joaquim morou por anos no conjunto Palmeiras, uma comunidade na cidade de Fortaleza/CE e fala sobre a potencialidade das pequenas comunidades. A necessidade de se focar no local se intensificou durante a pandemia, apesar de muitos pequenos empreendimentos terem perdido sua força, ou até terem fechado, principalmente nos primeiros meses da quarentena. A pandemia abriu os olhos de muitas pessoas sobre o que o seu bairro pode oferecer de produtos e serviços sem a dependência externa de grandes empresas e nesse momento entendemos a grande potência econômica que é uma comunidade.

Joaquim, ao chegar na comunidade Palmeiras na década de 70, se deparou com um cenário de abandono e marginalização das pessoas que ali viviam e enxergou no apoio e empoderamento do comércio local a oportunidade de transformar o bairro e mudar a vida dos moradores. Projetos sociais e iniciativas locais foram criados, estimulando a produção e consumo local. E traz a reflexão que a comunidade em si não era pobre, mas que se tornava pobre através de suas ações.

“Não somos pobres. Nos empobrecemos porque perdemos nossas poupanças locais” — Joaquim de Melo

A comunidade empobrece ao consumir FORA e levar o dinheiro para grandes comércios que já possuem esse recurso, alimentando a desigualdade social e uma lógica de subalternidade. Inclusive, acredito que cabe aqui indicar o estudo da Maria Yazbek “Pobreza no Brasil contemporâneo e formas de seu enfrentamento” que também comenta sobre subalternidade, recomendo fortemente a leitura.

“A dominação e a subalternidade fazem parte dessa pobreza. Tornar os indivíduos governáveis é parte do jogo” — Maria Yazbek

Após vários projetos que incentivaram a produção e compra no bairro, criando as poupanças locais comentadas na frase de Joaquim de Melo, o cenário visto na comunidade se tornou outro, hoje se vê prosperidade, cuidado e qualidade de vida. O que dialoga muito com uma das falas comentadas pela Cristine Naum de que, numa sociedade capitalista, “a inclusão das pessoas se dá pelo consumo”.

E muito consoante com essa ideia, surgem novas formas de se fazer negócios, através do Capitalismo Consciente, Negócios inclusivos e Negócios de Impacto, esse último também conhecido como setor 2.5.

O Capitalismo Consciente tem 3 características intrínsecas: a liderança inclusiva, a orientação para valores compartilhados e um propósito da organização, que vai além da prestação de serviços e venda de produtos. Já os negócios inclusivos têm como foco do modelo de negócios atender pessoas de menor renda, como o é o caso do Dr. Consulta que trabalha por uma saúde mais acessível.

E, por fim, o setor 2.5 se trata de empreendimentos que nascem para resolver questões sociais e/ou ambientais, são o meio termo entre o segundo setor (empresas com fins lucrativos) e o terceiro setor (sem fins lucrativos). Todas essas novas formas de negócios também estão alinhadas com a ideia de que:

“Ninguém supera a pobreza sozinho” — Paul Singer

Uma das frases mais conhecidas do antigo Secretário Nacional da Economia Solidária, tema muito explorado Joaquim. Vemos então que a melhor recuperação no período pós-pandêmico, não só pensando no Brasil, mas em contexto mundial, seria a orientação para essa vertente econômica, por um caminho mais inclusivo, colaborativo e centrado no ser humano e não no capital.

Sobre os professores da aula: Joaquim de Melo, é empreendedor social fundador do Banco Palmas, o primeiro banco comunitário do país, e trabalha com economia solidária em várias comunidades no Brasil. Cristine Naum, executiva, professora e consultora nas áreas de sustentabilidade, responsabilidade social e diversidade.

Graduanda em Engenharia Ambiental na UFSCar, Teresa Xavier acredita na co-criação de um mundo sustentável e equitativo. Durante a graduação, fez parte do Movimento Empresa Júnior, realizou uma pesquisa pela FAPESP em microbiologia ambiental e foi intercambista na Universidad Nacional de Asunción.

LinkedIn: https://www.linkedin.com/in/teresa-xavier/

Medium: https://medium.com/@teresa.cristinavx

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