A sessão começou com a fala de Iago, que tratou de advocacy nas relações internacionais, compartilhando suas experiências pessoais nas COP. No início da apresentação, explicou brevemente como funcionam as as Conferências do Clima da ONU. Na sequência, narrou como se dá a participação da sociedade civil neste espaço de negociação política. Em resumo, explicou que a sociedade civil participa por meio das constituencies, que são organizações não-governamentais que podem acompanhar as COP como observadores, mas não têm qualquer poder de deliberação. Na sequência, tratou da diferença entre três tipos de advocacy: lobby, ativismo e comunicação. Conforme explicou, lobby e atuação para interferir diretamente em um texto, como uma lei, por exemplo; ativismo, por sua vez, tem objetivo de chamar atenção, por meio do escrutínio público; comunicação, por fim, é forma de impactar determinada agenda, por meio da difusão de informações relevantes.
Na segunda parte da sessão, Ana Paula explicou a diferença entre corrupção, tráfico de influência e lobby. Ao contrário dos outros, lobby não é crime; a atividade de lobista é reconhecida. Em resumo, a atividade do lobista é manter contato direto com tomador de decisão, relacionada a políticas de interesse específico de um cliente ou grupo, que envolvem ferramentas como reuniões com membros do governo ou parlamentares, levando sugestões de modificações na legislação e financiamento de campanha. Conforme explicou, neste processo, o lobista deve atuar tendo em mente três principais objetivos: informar o tomador de decisão sobre um problema, levando dados e outras informações relevantes; persuadir, demonstrando novos ângulos do problema e novas soluções; e criar referência, por meio da busca por experiências e interesses comuns com o interlocutor e pelo compartilhamento de expectativas e pontos de vista, de modo que o tomador de decisão relacione o tema em pauta ao lobista e sua demanda.
Sobre os palestrantes:
Ana Paula Abritta é gerente de Relações Governamentais da BMJ. Trabalhou na Assessoria Internacional do Distrito Federal como Coordenadora de Projetos Internacionais e foi Gerente Comercial e de Relações Governamentais e Institucionais da unidade de Brasília da Câmara Americana de Comércio (AMCHAM), onde adquiriu experiência em gestão de equipes, relacionamento com cliente e análise de mercado. Bacharel em Relações Internacionais pela Universidade Católica de Brasília (UCB), pós-graduada em Comércio Exterior e Negócios Internacionais pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), aluna especial do programa de mestrado CEFOR e trainer certificada Dale Carnegie Course (COMM 2700). É também cofundadora do Women Inside Trade (WiT).
Iago Hairon tem 27 anos, é baiano, cientista social e militante climático. Começou a trabalhar com mudanças climáticas aos 13 anos no Movimento Bandeirante. Foi conselheiro jovem global da Plant-For-The-Planet entre 2013 e 2014, onde se destacou por sua capacidade de liderança e empreendedorismo social. Foi um dos participantes do Climate Leadership Corps, treinado como líder climático pelo Al-Gore em 2014. Participou de diversas conferências internacionais, entre elas: Rio +20, e da 19ª, 20ª e 21ª, 22ª, 23ª e 25ª COP sobre Mudanças Climáticas das Nações e o XIX Festival Mundial da Juventude - Sochi. Atualmente é Program Officer de Justiça Climática para América Latina e Caribe na Open Society Foundations, vice-presidente da lant For The Planet no Brasil, Conselheiro da ONG de Jovens Engajamundo e um dos jovens transformadores pela democracia da ASHOKA.
