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O Desenvolvimento Sustentável como alternativa contra a perda da biodiversidade

Estamos vivendo em um momento crítico para a vida na Terra. Diariamente, somos

bombardeados por notícias sobre desmatamento; refugiados climáticos; extinção de espécies; poluição atmosférica, entre outras, e, frente a esses desafios, é comum nos sentirmos incapazes e desesperançosos, porém muita coisa já está sendo e ainda pode, e deve, ser feita.


Aqui, serão discutidas quais as problemáticas envolvidas na crise da biodiversidade e como o desenvolvimento sustentável é o melhor caminho para conseguirmos prolongar a vida na Terra.


O meio ambiente nas Nações Unidas


A agenda mundial de discussões sobre meio ambiente se inicia na Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano, também conhecida como Conferência de Estocolmo, que foi a primeira reunião de chefes de estado para tratar a degradação ambiental. Nos anos 70, porém, são discutidas, apenas, maneiras de buscar um equilíbrio entre as pautas econômica e ambiental.


Em 1987, há a publicação do Relatório Nosso Futuro Comum (Relatório Brundtland), que traz, pela primeira vez, a definição do termo Desenvolvimento Sustentável, que é o “desenvolvimento que atende às necessidades do presente sem comprometer a capacidade das gerações futuras de atender às suas próprias necessidades”. Dessa forma, se faz essencial limitar o desenvolvimento (crescimento econômico nas sociedades industrializadas) e elaborar estratégias a fim de reduzir a pobreza e a igualdade de gênero e garantir a conservação ambiental. O relatório traz a necessidade de repensar e corrigir fatores econômicos, ambientais e, principalmente sociais, pois “um mundo onde a pobreza é endêmica estará sempre sujeito a catástrofes, ecológicas ou de outra natureza”.


Desde então, diversos eventos e documentos foram criados a fim de trazer os pilares social, ambiental e econômico para a discussão global. Como exemplo, temos a Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (Cúpula da Terra/ ECO - 92), em 1992; a Cúpula do Milênio, em 2000, onde foram estabelecidas as primeiras metas de desenvolvimento, conhecidas como Objetivos de Desenvolvimento do Milênio e, em 2015, o lançamento do documento Transformando Nosso Mundo: a Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável, que é um plano de ação para as pessoas, o planeta e a prosperidade, que busca fortalecer a paz universal.


A Agenda 2030 conta com 17 objetivos (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável - ODS) e 169 metas que visam a construção de um mundo mais justo, próspero, sustentável e igualitário até 2030. Os objetivos e metas determinados pela Agenda estimulam a ação em 5 diferentes áreas, propondo possíveis soluções frente aos desafios, são elas: Pessoas; Planeta; Prosperidade; Paz e Parceria. Quanto ao Planeta, a Agenda diz respeito à proteção contra a degradação, por meio do consumo e da produção sustentáveis, da gestão sustentável dos seus recursos naturais e tomando medidas urgentes sobre a mudança climática, para que ele possa suportar as necessidades das gerações presentes e futuras. Essas áreas de atuação são divididas, bem como os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, estão divididas em três esferas: economia, sociedade e biosfera. Como no presente artigo o foco será o meio ambiente, é importante frisar que fazem parte da Biosfera os ODS 6, 13, 14 e 15.


A crise da biodiversidade


A biodiversidade é de grande importância para toda a vida na Terra, principalmente para a humanidade. Ela fornece alimentos, fibras, água, energia, medicamentos e outros recursos genéticos, além de ser vital para a regulação do clima, da qualidade da água, da poluição, dos serviços de polinização e do controle de inundações e tempestades. A crise da biodiversidade é definida como a perda de vida selvagem em todo o mundo. Essa

perda não é apenas um problema ambiental, mas também, de desenvolvimento, economia, segurança, ética e moral.


De acordo com as Nações Unidas, as florestas ocupam cerca de 30% do território do planeta Terra, porém, todos os anos, 13 milhões de hectares de florestas são perdidos. Além disso, 80% das florestas abrigam mais de 80% de todas as espécies terrestres animais e vegetais.


Em 2020, a Organização WWF (World Wide Fund for Nature) disponibilizou o Relatório Planeta Vivo, que contém informações sobre a degradação da natureza. Atualmente, o Índice Planeta Vivo (IPV) rastreia quase 21.000 populações de mamíferos, pássaros, peixes, répteis e anfíbios em todo o mundo. Nele, estão contidos dados que revelam que, entre 1970 e 2016, houve uma queda média de 68% nas populações monitoradas de mamíferos, pássaros, anfíbios, répteis e peixes. O número de extinções documentadas de espécies da flora é o dobro dos números relativos a mamíferos, aves e anfíbios combinados.


O mundo perdeu quase 90% de suas áreas úmidas desde 1700. 75% da superfície terrestre

sem gelo de nosso planeta já foi significativamente alterada; a maior parte dos oceanos está poluída e mais de 85% das áreas úmidas foram perdidas.


O Índice da Lista Vermelha criou uma projeção acerca da sobrevivência de espécies, se

baseando em dados coletados dos anos 90 até hoje e, indicou que a tendência é, anualmente, perdermos mais e mais espécies, ou seja, a extinção de animais e vegetais só tende a aumentar.


Quanto ao tráfico de espécies, segundo o Programa Global de Combate à Vida Selvagem e ao Crime Florestal, quase 7.000 espécies de animais e plantas foram comercializadas ilegalmente. É sabido que as mudanças climáticas e diversos outros problemas ambientais são fenômenos naturais, porém as atividades antrópicas intensificaram ainda mais essas questões e desencadearam diversas consequências.


Segundo a WWF, o principal vetor direto da perda de biodiversidade em sistemas terrestres nas últimas décadas são as mudanças no uso da terra, principalmente a conversão de habitats nativos intocados em sistemas agrícolas. Ao mesmo tempo, grande parte dos oceanos sofre com a pesca excessiva. As mudanças climáticas ainda não representam o principal fator de perda de biodiversidade global, mas, ao longo das próximas décadas, elas devem se tornar tão ou mais importantes que os outros fatores.


Como reverter ou minimizar o problema da crise da biodiversidade?


Até aqui, já foram discutidos o que é a crise; os problemas que estamos enfrentamos e, por meio das metas da Agenda 2030 é possível ver o que precisa ser feito até 2030, como “reforçar a resiliência e a capacidade de adaptação a riscos relacionados ao clima e às catástrofes naturais em todos os países” e “combater a desertificação, e restaurar a terra e o solo degradado, incluindo terrenos afetados pela desertificação, secas e inundações, e lutar para alcançar um mundo neutro em termos de degradação do solo”, por exemplo.


Agora, cito, portanto, alguns exemplos de como alcançar os objetivos de desenvolvimento sustentável a fim de minimizar e/ ou reverter a perda da biodiversidade: uso de uma ou mais práticas e abordagens favoráveis à biodiversidade (por meio de agricultura orgânica; agricultura de conservação; manejo sustentável do solo; agroecologia; manejo florestal sustentável; agrossilvicultura; práticas de diversificação na aquicultura; restauração de pescas e ecossistemas); esforços de conservação, tanto no local (por exemplo, áreas protegidas, na gestão da fazenda) quanto fora dele (por exemplo, bancos de genes, jardins zoológicos, coleções culturais, jardins botânicos); criar oportunidades para desenvolver mais mercados para produtos amigáveis à biodiversidade devem ser mais exploradas; e desenvolver uma melhorar a colaboração entre os políticos, as organizações de produtores, os consumidores, o setor privado e as organizações da sociedade civil nos setores da alimentação, da agricultura e do meio ambiente.



Sabrina Lins é coordenadora da Plant-for-the-planet Curitiba, estudante de química, pesquisadora em cidades sustentáveis e atua em projetos que estudam sistemas costeiros e a relação entre meio ambiente e indústria. É, também, membro da Comunidade Global Shapers, rede de jovens desenvolvida pelo Fórum Econômico Mundial, e voluntária na Rede Curitiba Climática, projeto que tem o

propósito de engajar e articular pessoas; facilitar espaços de debate e apresentar soluções a fim de tornar Curitiba mais justa e sustentável. Dentro do Youth Climate Leaders, Sabrina integra o Hub Curitiba.


Sabrina Lins participou da 5ª edição do Curso YCL no primeiro semestre de 2021 como bolsista. As referências e opiniões expressas no artigo são de responsabilidade da autora.


Referências


https://www.senado.gov.br/noticias/Jornal/emdiscussao/rio20/temas-em-discussao-na-rio20/eco

desenvolvimento-conceito-desenvolvimento-sustentavel-relatorio-brundtland-onu-crescimento-e

conomico-pobreza-consumo-energia-recursos-ambientais-poluicao.aspx


https://www.revistaplaneta.com.br/crise-da-biodiversidade-e-bem-mais-grave-do-que-se-pensav

a/


https://www.br.undp.org/content/brazil/pt/home/sustainable-development-goals/goal-15-life-on-la

nd.html


https://livingplanet.panda.org/pt-br/?_ga=2.263559311.2014272833.1625011238-423822336.16

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http://www.fao.org/brasil/noticias/detail-events/en/c/1181587/

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